terça-feira, 25 de março de 2014

Dia do atleticano

Geralmente neste dia, a imprensa e grande parte da torcida do Galo gostam de relembrar todas as conquistas do clube, contando as histórias dos títulos, relembrando momentos de alegria e até as derrotas mais dolorosas. 

Eu adoro ouvir essas histórias e reviver esses momentos, mas sei que cada atleticano tem seu momento e seu jeito de contar e comemorar a data. Mas pra mim, não comemoro apenas o dia do aniversário do clube. Eu festejo o dia do atleticano.

Mais do que nunca, somos nós, atleticanos, que fazemos com que o clube comemore.

Até porque, o clube só tem o tamanho que tem por causa dessa torcida. Temos ciência de que não se constrói um time com títulos. Temos exemplos de clubes que têm torcidas baseadas em títulos e sabemos exatamente qual nossa diferença pra eles.

Quem vive o Galo ou para o Galo, sabe exatamente o que se passa na cabeça em dias assim. Ver nosso clube ser festejado é motivo de alegria, mas ver como se festeja e se reconhecer nos olhos dos "convidados" da celebração, talvez seja o mais próximo do que consigo definir quando digo que devemos amar ao próximo.

Sei que o atleticano ama o outro atleticano de forma pura e sincera, senão como explicar aquele senhor, que nunca viu o rapaz na vida, abraçar o sujeito, ambos em lágrimas, quando o Léo Silva cabeceou a bola pra dentro do gol? Ou daquela menina que quase pulou no colo do vizinho de arquibancada quando a bola do Gimenez estourou na trave? 

E é em nome desse amor sincero ao alvinegro que tanto cantamos e nos orgulhamos é que comemoramos o dia de hoje. 

Tenho certeza de que, se houvesse tecnologia suficiente há 106 anos, iriamos procurar os vídeos dos torcedores blogueiros filmando a torcida no estádio Antônio Carlos (onde hoje é o shopping) e contando das proezas da torcida em acompanhar jogos na Alameda ou no Barro Preto.

Se fosse possível, veríamos páginas no Facebook homenageando o Mario de Castro, Kafunga, Guará, Ubaldo, Odair, dentre outros. Relembraríamos a defesa do Renato no chute do Gérson em 71 e daríamos risadas com os tweets do Elias Kalil sobre o Hexacampeonato 78-83.

Não me resta dúvidas, de que nos emocionaríamos com as fotos daqueles torcedores que ficam de costas pro jogo na maioria das vezes apenas pra registrar o atleticano no estádio. Veríamos os registros de torcedores afrouxando suas gravatas de emoção pelo título de Campeão dos Campeões de 1937 ou quando um time foi obrigado a mudar de nome e de cores depois de um 9x2. Quem sabe não veríamos vídeos e fotos da torcida carregando o Ubaldo nos ombros do Independência até Lourdes ou as fotos de crianças erguendo o punho pro alto tal qual certo atacante alvinegro conhecido como Baby-craque.

E o mais interessante é que mesmo sem haver tais registros, imaginamos cada cena. Aliás, imaginamos não. SENTIMOS cada cena desse. Talvez porque sabemos como é o estádio hoje. Mas pela minha convicção doutrinária e religiosa, prefiro acreditar que imaginamos e sentimos cada cena dessa porque já vivemos isso e tudo está tatuado na nossa alma e corre no nosso sangue.

O nosso amor pelo Galo é grande demais pra se viver em uma encarnação só. É paixão pra ser revivida em encarnações futuras. Por favor, não me diga que não viverei uma próxima vida perto do Galo novamente. Me deixe crer que assim que essa vida chegar ao fim, irei ao encontro de familiares e entes queridos para dar aquele abraço que não pude dar na defesa com a perna esquerda do Victor contra o Tijuana ou apenas para poder contar sobre a invasão à Argentina da Massa. Me deixe sonhar com um retorno a uma próxima vida para reviver cada emoção, cada sofrimento, mas com a mesma dose de amor.

E esses 106 anos mostram que enquanto houver uma criança gritando Galo quando um copo cai ou quando um foguete estoura no céu, teremos motivos pra comemorar. 

Eternamente. 

Mais do que parabéns, meu Galo de Ouro, eu quero dizer, Obrigado.

Ou melhor: ObriGalo por tudo!!


ObriGalo, Irmãos Alvinegros!!! (Foto: Centim - @Centim13)

3 comentários:

  1. Parabéns ao Galo em primeiro lugar, que me ajudou não só na formação do caráter, mas principalmente a aplicar tudo, desde o maior sofrimento até nas imensas alegrias, dentro da minha vida em todas as áreas. Em segundo, parabéns a você Guilherme, por esse espírito alvinegro que contagia as pessoas.

    Everaldo C. Ramos

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  2. Parabéns Guilherme texto ficou lindo ,falo tudo ,esse ai e o espírito atleticano !! GALOOOOO

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