terça-feira, 12 de novembro de 2013

E pra Marrocos eu TAMBÉM vou


Comecei o dia lendo os livros do Galo, estes que lançaram agora com o fenômeno LIBERTADORES. Tenho todos.

Lendo alguns textos, fui atrás dos autores, achei algumas crônicas e zás! Constato, embora seja um ambiente que respiro, o quanto é masculino o universo que decidi, desde a barriga da Sra. Minha mãe, participar.

Uma das crônicas que li dizia que as mulheres estão preocupadas com o Natal, amigo oculto, e essas coisas menos importantes que o Galo. (Um minuto de silêncio) ................ Eu sou uma mega mulher, meus caros. E minha preocupação chama-se MEU GALO E O MUNDIAL.

Fico doente - literalmente, minha gastrite que o diga!!- de imaginar o que o Cuca vai arrumar nas laterais. Chego a rolar na cama horas pensando se Lobão vai estar 100% pra esfregar na cara daquele filho de uma puta (Sim!! As princesas do papai também brigam, berram, falam palavrão e xingam juízes!) do Guardiola a dispensa mais infeliz - ou feliz! A Massa agradece!! - da vida dele e mostrar para o mundo quem é o maestro da bola. 

Garro na reza sem base para o Marquim (Rocha) não oscilar. Pro Tatá recordar, com a temperatura de Marrocos, a inspiração que o fez ídolo no Al-Gharafa e sapecar gol nos Mexicanos e Alemães, respectivamente. Pro GuiGui continuar entrando sem medo nenhum e mandar as bombas decisivas que às vezes me remetem às do Éder de 80. Pro Vitão ter a canhota, a destra, de pés e mãos todas abençoadas por 'Diós'. Pro Jozim parar com a "garçom dependência" e ter o futebol que ele tem na seleção. Aí eu quero ver o Inter amargar a dispensa e a pregar na testa dos times do sul que eles não sabem trabalhar talentos. Pro Bernard entender que ganhar dinheiro é bom, mas - Se Deus quiser!!- ganhar o mundial entre amigos, entre família, é muito melhor. Pro Pierre ser o PitBull do título. Pro Doni se recuperar logo, não tô achando justo o xerife do meu meio campo ficar fora de duas decisões. Pro Léo Silva estar em dias de camisa 11. 

Que essa união não termine nunca.
Vai quase um terço inteiro pra novela do Fernandinho ter final feliz (eu acredito!) Pro Révão chamar a responsa pra ele. Pro Josué comandar a bola, como comandou a poucos metros de mim na final da Liberta. Pro Jr. Cesar ficar mais brother do Cuca. Pro Luanzim ser o Luanzim decisivo e que o Cuca entenda que ele é pra substituir. O cachorro louco que soltamos em Tijuana, vamos soltar em Marrakesh!! Pros meninos do nosso banco saberem que são parte de uma engrenagem preta e branca e que eles são peças fundamentais!! ( Desculpa os apelidos dos meus -sim, meus! Possessiva como toda mulher-jogadores, é o jeitinho feminino pra falar de futebol.)

Que o Cuca tenha pulso, discernimento, visão e que Nossa Senhora o abençoe e permita coroá-lo, junto a uma nação loucamente apaixonada, campeão do mundo.

Que minhas lágrimas, que insistem sempre em cair quando o assunto é o meu Galo - coisa de mulher, ou de quem ama um ideal. Fica pra vcs a decisão.- sejam secadas pela faixa de CAMPEÃO MUNDIAL 2013, o ano do meu Galo.

Estas são minhas preocupações prioritárias, como mulher, para este fim de ano.

E lá vou eu (vamos nós!!) para um país com cultura tão masculina quanto o futebol, onde nem andar sozinha, sem um homem por perto, vou poder. 

Que se dane! É meu Galo jogando. Então eu vou, eu vou tentar trazer na garganta esta taça!! Garganta que não para de cantar um segundo quando há mantos AlviNegros vestidos pelos guerreiros que nos representam em campo - de batalha! Seja num Galo x São Raimundo (aquele time de Manaus, lembram?) numa Terça a noite pela serie B do Brasileiro, seja no Galo x Monterrey num mundo estranho qualquer. Torcendo sempre com raça, amor, dedicação e mais disposição que muito marmanjo por aí.

Estou indo à Marrocos com uma única função: Ser, como sempre fui, o 12o jogador do meu Galo em campo, ou melhor, ser a 1a jogadora do Galo em campo. 

Meu time pode sempre contar comigo, como sempre contou desde 1983, quando eu dei chutes em seqüência na barriga da mamãe quando ganhamos o Hexa de 83, assim ela conta. E conta mais! Que eu levantava o bracinho igual ao Rei quando era bem bebê, inconsciente (?) eu já sabia o que era.

Coisa de AtleticanA, que já nasce AtleticanA, que tem prazer em respirar futebol, e que peço gentilmente - ou não - licença ao mundo dos machos, pq é isso que sei viver.

Ah! Voltando à crônica, embora seja declarado um mundo masculino, tenho um jeito feminino e bem firme de viver o futebol e a vida. Então, eu consigo viver as festas de fim de ano, o Natal, o amigo oculto, minha família, trabalho, amigos e MEU GALO. Questão de prioridades. Um dia vocês conseguem fazer tudo ao mesmo tempo e direito, com a maestria feminina - eu acho.

HUN!!

E pra Marrocos eu que vou....

Nos vemos lá!! 

Saudações AlviNegras!


Anne Menezes
Atleticana antes de pensar em nascer
Twitter: @annemmenezes 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Carta para Fernandinho

Fernandinho,

Acho que você já deve ter percebido que mineiro gosta de contar causos né? Pois é, eu vou te contar um que aconteceu aqui em Minas, entre João e Maria, esse ano mesmo, antes de você chegar. 

Há quem pense que certos problemas ocorrem por conta da idade, mas não é, mesmo João sendo 13 anos mais velho que Maria. O problema é que Maria é vaidosa demais.

João é mais velho, mais experiente e já passou por muita coisa na sua vida.  Hoje, com muito custo, consegue algum sucesso na sua vida.

Já Maria (mais nova) é mimada, birrenta e, como ela mesmo diz, cheia de vaidade. Já teve momentos bons na vida, mas embarangou, e como uma estrela de novela decadente, não recebe convite para aparecer na mídia há 10 anos.

E tudo começou quando João e Maria dividiam o mesmo condomínio.

A família de João é muito grande, falam alto e bebem muito. Parecem até uma família turca de tão alto que falam. Mas são unidos e isso ninguém pode falar. João já passou dificuldades financeiras e sociais, mas a família não o abandonou. É até bonito de ser ver.

Já a família de Maria é meio estranha. Eles até são muitos também, mas são mais frios. Quando Maria estava bem de vida, a casa vivia cheia, mas foi só começar a empobrecer que os parentes sumiram. De vez em quando aparecem, mas parece até que é por interesse porque trazem balão, apito e etc, mas vão embora e ela fica sozinha de novo.

Porém, por causa de uma obra do governo, o condomínio teve que ser reformado e ambos foram morar em Sete Lagoas por um tempo, mas dois anos depois vieram morar em Belo Horizonte de novo. (A família do João ia visitá-lo como sempre, a de Maria não).

Quando voltaram pra BH, a família Coelho, que os conhece há muito tempo, resolveu emprestar sua recém reformada casa. A família do João visitava sempre e, coincidentemente, ele prosperou.

Já a família de Maria não se adequou bem a casa dos Coelho. Além de ficar cada vez mais decadente, Maria via que João prosperava, e isso incomodava. A maré tava tão ruim que a família da Maria não soube se comportar e foi obrigada a parar de frequentar o condomínio dos Coelho devido a atirar objetos pela janela, norma vedada pelo Estatuto de lá, levando o síndico a proibir a presença deles.

Ocorre que o condomínio ficou tão satisfeito com a família de João que resolveu deixá-lo morar lá, mesmo sobre os protestos da família Coelho.

A sorte da Maria é que as obras do governo ficaram prontas e ela pode voltar pro condomínio antigo. Só que Maria não percebeu que as reformas deixaram o custo de lá muito alto. Sem poder contar com a família, Maria não teve outra escolha e está vendendo o almoço para comprar a janta.

João então resolveu convidar a Maria para ir visitá-lo na casa em que morava, porém, a família dela não se comportou novamente. Jogaram xixi, bitucas de cigarro acesa, grãos de milho, chicletes e etc pela janela, chegando ao luxo de jogarem água lá de cima (Já faltou água na casa da Maria), porém o síndico não ficou sabendo – ou fez vistas grossas, não se sabe -  e nada aconteceu com a família de Maria.

Isso aconteceu esse ano mesmo, em maio e eu até já contei pra outras pessoas aqui mesmo.

Pois bem. Num é que a família da Maria aprontou de novo?

Veja só o que eles fizeram (vídeo da WebRadioGalo) : 


Lamentável né?

Mas eu te escrevo, Fernandinho, é pra te agradecer. Porque graças aquele Galaço que você fez, a família de João, donos da casa, podiam ficar em paz.

E olha que eu vi gente que torceu o pé, tomou cotovelada na cara na hora do gol e gente com a mão cortada de tanto tocar não reclamarem, em momento algum, do que passou.

Mas o que mais me impressionou, Fernandinho, foi o milagre que você e o resto do time fizeram. Você sabia que um cara saiu cantando e pulando na saída do estádio com as muletas pra cima e parecia até não precisar dela mais?

Não consegui filmar ele direito, pois estava bem a frente, mas nesse vídeo aqui dá pra ver ele no finalzinho da filmagem, do lado esquerdo.

Pois é, Fernandinho. Foi graças a vitória de vocês ontem que a família da Maria murchou. Foi graças a vitória de vocês que o aleijado dispensou as muletas, que quem se machucou não reclamou das dores e que pudemos festejar a noite inteira.

Antes de me despedir, gostaria só que você e o resto do time pensassem um pouco mais na frente. Sim, pois se com uma vitória sobre o freguês, mesmo com nosso time quase reserva, já fizeram pessoas dispensarem muletas, imagine o que acontecerá se ganharmos o mundial?

Já imagino os cegos enxergando, os surdos ouvindo as nossas músicas e os mudos gritando o grito de Galo entalado na garganta...

Focalizem nisso. É só isso que eu quero. Que pensem no poder que vocês tem.

Obrigado, Fernandinho. Obrigado mesmo.

Um grande abraço.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Só melhora

Há exatos quatro meses, oito milhões de pessoas tiveram a fé testada quando o árbitro Patrício Polic marcou pênalti aos 48 minutos do segundo tempo para o Tijuana. Muitas pessoas secaram o goleiro, uma nação alvinegra secou o batedor Reascos e quando o goleiro Victor fez a defesa com os pés, ninguém consegue secar as lágrimas que sempre escorrem dos olhos do atleticano que não cansa de rever o lance.

E então nós acreditamos que era possível.

Há exatos três meses, um bom número dos oito milhões de pessoas cornetavam o presidente alvinegro e a diretoria atleticana que não contratou ninguém para o jogo contra o Newell’s Old Boys, quando jogaríamos sem a nossa zaga e um dos volantes do time titular. Alguma parcela da torcida alvinegra comemorava o título brasileiro na Copa das Confederações, porém todos aguardavam a próxima fase da competição que era o sonho de todo atleticano.

E então só nos restava acreditar.

Há exatos dois meses, oito milhões de pessoas no Brasil ainda não conseguiam dormir direito pela conquista da sonhada, esperada e sofrida Libertadores. Enfim, ganhamos o título que estava engasgado na garganta e a América inteira era alvinegra. Casamentos foram salvos, filhos foram feitos, empregos foram gerados e cruzeirenses eram mais difíceis de encontrar do que Coca-Cola no deserto.

E isto porque nós acreditamos.

 Há exato um mês, sofríamos no Campeonato Brasileiro. Time e torcida de ressaca pelo título não se preocupavam muito com a competição. Perdemos jogos para times que perderiam até pro América, mas nada parecia importar. Algumas pessoas, com Alzheimer talvez, passaram a criticar o time e perseguir alguns jogadores. Outros jogadores, também com probabilidade de perda de memória, pareciam que esqueceram como se jogava futebol e o stress tomava conta de muita gente. Quem parecia não se importar eram os donos de agências de viagem que começaram a vender os pacotes para a invasão em Marrocos.

Muita gente acreditava, mas muita gente parecia deixar de acreditar.

Hoje, melhoramos no Campeonato Brasileiro dedicado aos hipertensos que não precisam se preocupar com a quantidade de sal que o torneio carrega. O time conseguiu boas vitórias e a torcida se revelou mais exigente do que se imaginava. O título fez essas oito milhões de pessoas terem a certeza de que poderíamos disputar qualquer competição, mesmo com 50 pontos atrás do primeiro colocado e um oitavo lugar é motivo pra deixar todo mundo indignado, pois todos conhecem o potencial do time. Mas aí veio a contusão do Ronaldinho e parece que um tufão passa pela cabeça de cada torcedor atleticano que buscou o terço na gaveta e voltou a acender velas para a recuperação do mito.

Mas não podemos deixar de acreditar.

Não sei o que acontecerá daqui um mês ou dois. Quem dirá três. O atleticano consegue xingar o time, entre os seus pares, pois sabe que podemos mais, mas ri da situação atual do mesmo time para os torcedores do time azul que vai bem no Brasileirão-sem-sal para não deixar a zuera terminar.

E agora a situação, por incrível que pareça, entra no estilo que a torcida do Galo está acostumada: quanto mais sofrido, melhor. Só esse ano, aprendemos árabe para acompanhar a negociação do Tardelli, falamos castelhano para nos ambientar nos países sulamericanos que visitamos, torcemos contra o vento e a favor da trave no dia 25/07 e agora estudamos a geo-política marroquina e seus usos e costumes para dezembro, mas teremos que incrementar a Medicina em nosso tempo disponível para acompanhar o tratamento do mito Ronaldinho.

Com isso, tudo só melhora. Quanto mais desafios, quanto mais desacreditam no nosso elenco, o brio deles só aumentam e as coisas só melhoram. Afinal, depois desse tempo todo e de tudo isso que passamos e de tudo que aprendemos, vamos deixar de acreditar?

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Voltamos a comemorar duas vezes

A maior alegria do atleticano no ano de 2013 foi, sem dúvida, ter conquistado a libertadores. Mas como foi essa conquista? Regada de emoções, sofrimentos, shows, alegrias, e é claro, gols! 

Gol, momento maior no futebol.

Não existe nada que se compare a alegria de se comemorar um gol bonito, um gol importante, um gol de titulo, existe?

Pro atleticano existe.

Pro atleticano, o gol é detalhe. Sabe o que é realmente bom de se comemorar? A comemoração!

Gols nós nos acostumamos. Reinaldo, Guilherme, Marques, Ronaldinho Gaucho, Tardelli, Jo. Essa turma toda já fez gols memoráveis, de placa, mas que um dia podem ser esquecidos e lembrados apenas por imagens antigas. 

Mas uma coisa a torcida do galo não vai esquecer: A comemoração Jô – R10 é imortal.

A comemoração eternizada durante a libertadores estava nos fazendo falta. O time vinha jogando mal, Jô vinha sem marcar.

No começo do ano dizíamos que a única duvida do atleticano ao ir pro horto era saber de quanto o atlético ganharia. Ou saber quantas vezes Jô e Ronaldinho fariam a comemoração.

O futebol deu uma caída, a pressão aumentou. A pressão chegou a ser tanta, que talvez no gol mais importante da carreira, numa final de libertadores, Jô não comemorou da maneira tradicional. (é claro que precisávamos de pressa naquele momento)

E depois de tanto tempo, voltamos a comemorar duas vezes. Na partida de ontem, contra o coxa foram seis vezes.

A equipe mostrou muita vontade, e principalmente que está comprometida com a vitória novamente. Não foi uma partida tecnicamente perfeita. Com o jogo nas mãos, o segundo tempo foi só para administrar.
  
Foto: Daniel Teobaldo (@daniteo)
www.soulgalo.com.br
Mas o mais importante foi a vontade e a alegria de vencer que voltou.

A alegria do Jô e Ronaldinho de fazer a comemoração.

A alegria do torcedor imitando após os gols.

É hora de acreditarmos novamente. É hora de ver o futebol com alegria novamente.

Agora é a hora do torcedor voltar ao campo só pra se divertir com a comemoração que já foi imitada por nossos futuros fregueses no mundial.

Por que para o atleticano não existe nada mais divertido do que comemorar duas vezes.



Lucas Colares. Atleticano e blogueiro. (http://instanteinusitado.wordpress.com/). Siga-o no twitter: @lucas_galo1908.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

E se eu fosse... cruzeirense?


Dia desses passou pela minha cabeça como seria a vida se torcesse para o Cruzeiro, time do Barro Preto, como gosto de chamar.

O time azul é líder do campeonato Brasileiro, tem uma média de gols por partida elogiada, além das suas duas Libertadores e quatro Copas do Brasil como a gente sabe de cor porque este é o único repertório da torcida quando se faz de cega aos feitos do rival.

Concluí que se eu fosse cruzeirense, seria infeliz. A vida não teria emoções. Muito menos nesta Libertadores em que o Galo foi CAMpeão. E é dela que eu quero falar.

- Em todas as conquistas do time do Barro Preto, sendo a última em 2003, não tínhamos rede social. Comemorar onde? Brigar com quem? Deletar quais amigos? Deixar de seguir quantos? Dar ‘’block’’ em quem? Essas coisas não existiam naquela época.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria visto o Brasil aos pés do Galo. O Brasil virou atleticano e viu o que é ser torcedor do Clube Atlético. Sentiu na pele o que é ser forte e vingador.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria visto Ronaldinho Gaúcho, o melhor do mundo por duas vezes, dar shows e mais shows em campo com o manto (sagrado) preto e branco. A começar por uma simples água e o considerado mito Rogério Ceni. E depois várias assistências, cobrança de pênalti, de escanteios, de faltas que culminaram em gols da saga em busca do título.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria visto o meu time ser chamado de cavalo paraguaio e depois mostrar às Américas quem é era o melhor clube, a melhor equipe, os campeões. Eu não teria dado um tapa na cara da sociedade e da imprensa bairrista.

- Se eu fosse cruzeirense, eu não teria visto o meu time ter a melhor campanha da Copa. E a melhor campanha nos levou a decidir partidas importantes em casa.

- Se eu fosse cruzeirense, eu não teria visto um garoto marcar um gol aos 46 minutos do segundo tempo que deu ao Galo um empate importantíssimo, no México, após 20 horas de viagem e jogar em gramado sintético. Ah, o garoto, um simples jogador, se jogou no chão e pôs-se a chorar... por que fizeste isso, Luanzito?

- Se eu fosse cruzeirense, eu não teria visto, talvez, uma das imagens mais marcantes e importantes do futebol brasileiro nos últimos anos. Eu não teria visto um pênalti aos quase 46 minutos do segundo tempo (45’54’’). E muito menos veria a cena que o atleticano vai se lembrar pro resto da vida. A defesa do goleiro Victor, de pés e mãos santos. Uma canhota que vale por quantas Libertadores, Copas do Brasil, Brasileiros, Recopas e Mineiros forem. Eu não teria visto um santo dentro do Clube Atlético.

- Se eu fosse cruzeirense, eu também não teria visto esta canhota tantas vezes na vida. Ela foi repetida na TV à exaustão nos dias seguintes. Isso reforça o marco desta defesa na história do futebol. E o quanto o país tornou-se atleticano.

- Se eu fosse cruzeirense, eu não teria visto o Galo tomar um gol no último lance da partida numa cobrança de falta em plena Argentina. ‘’No llores por mi, Mineiro’’, cantava Scocco.

- Se eu fosse cruzeirense, eu muito menos teria visto um time ser declarado derrotado sem antes ter o segundo jogo para dar a virada. Isto merece detalhes. Eu não teria visto o time fazer o gol aos três minutos do primeiro tempo por um menino de alegria nas pernas que o mundo rendeu-se à ele. Também não teria visto um apagão do time e um apagão no estádio. Mas eu estava ali, junto à 8 milhões, gritando “eu acredito”. E muito menos teria visto um cara que jogou no time azul entrar em campo e marcar em seguida aquele que seria o gol da disputa de pênaltis.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria feito tantos testes cardíacos em tão pouco tempo. O primeiro, mais sério, eu diria, foi o da canhota de São Victor. Depois, essa disputa de pênaltis dramática com o tido melhor time da Argentina e talvez, ao lado do Galo, das Américas. Era outro Club Atlético: o Newell’s Old Boys. E nesta disputa dramática, mais uma defesa impecável, agora com as mãos, do santo atleticano.

Se fosse cruzeirense, estaria assim
- Se eu fosse cruzeirense, não teria visto o meu Galo ir à final da Libertadores pela primeira vez na história do clube. Eu não teria visto jogos de tanta emoção e tanta gente torcendo arduamente pelo Atlético das Minas Gerais. E conhecer um time com tanta bravura e tão amado por sua torcida.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria visto o meu time perder de novo fora de casa por 2x0 e assim alimentar a mística frase “eu acredito” por minutos, horas e dias e ficar sem viver direito por semanas. Além de rezar todas as orações e pedir a todos os santos proteção ao santo atleticano e à todos os seus discípulos.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria visto os colegas torcedores dormirem na fila a fim de garantir um mísero, precioso e honroso ingresso para ver o maior espetáculo da história do Atlético, até aqui. Eu não teria visto uma festa linda na cidade antes daquele jogo. Eu não teria visto quase 60 mil pessoas lotarem o Mineirão e entrarem para a história como a maior arrecadação de verba da história do futebol sulamericano.

- Se eu fosse cruzeirense, eu não teria visto um ex-jogador do time azul, com a sua cabeça abençoada, marcar aos 41 minutos do segundo tempo o gol que levaria, mais uma vez, aos pênaltis. Eu não teria visto tamanha emoção do torcedor, do fã de futebol Brasil afora.

- Se eu fosse cruzeirense, meu amigo, eu não teria visto aquela bola bater na trave e dar de vez o título de direito e merecimento ao Clube Atlético Mineiro, que não deixou de acreditar um minuto. Que lutou mais de 40 anos para conquistar esta taça. Que doou-se por seis meses em busca dela. Que jogou a partida mais importante da história do clube com todo o banco de sangue do Hemominas e mostrou quem é o Galo forte e vingador.

- Se eu fosse cruzeirense, eu não teria ficado tão feliz como naquele 25 de julho de 2013. Não teria comemorado por dias um título suado e bonito. Não teria visto tanta gente naquela praça 7 cantando o hino do clube com tanto orgulho e amor.

- Se eu fosse cruzeirense, não teria como lema de vida “eu acredito”. Não teria como lema “Yes, We CAM”. Não teria um santo no gol. Não teria as Américas aos meus pés. Eu não bateria no peito com tanto orgulho e não gritaria com tanto ardor aos quatro cantos do mundo: eu sou atleticana!





Flávya Pereira é atleticana desde que entende o que é futebol, jornalista e fã dos Beatles. E de aniversário – no último dia 04 de Agosto – ganhou de presente o título de CAMpeã da América.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Eu, Minha Mãe e o Independência

Quando eu estiver nos últimos dias de vida, bem velhinha espero, terei uma lembrança muito gostosa de um momento com a minha mãe e a minha irmã mais velha. Claro que me lembrarei de dias como 30 de maio, 10 e 24 de julho, mas 14 de agosto de 2013 sempre será especial.

Minha mãe e eu fomos pela primeira vez a um estádio juntas, em 94, mas num show. Depois voltamos ao velho Mineirão em 98 para assistirmos a um jogo de futebol. Vimos Time do Barro Preto x Vasco pela Copa do Brasil na torcida celeste e não demos sorte ao time do Barro Preto. Ele foi desclassificado com o placar de 0x0. O jogo estava tão bom que eu dormi encostada no alambrado durante todo o primeiro tempo e metade da segunda etapa.

Em 2008, vi pela primeira vez na vida um jogo do Atlético. Foi lindo! Como era estagiária de jornalismo em uma emissora de TV, conseguiram pra mim o credenciamento para acompanhar a equipe. Lá fui eu ver Galo x Palmeiras, pelo Brasileiro, só que no gramado, com o colete laranja de imprensa. Foi uma baita experiência ver a Massa lá de baixo!

E minha mãe nada... Quando os jogos do campeão da América foram para o Horto a luz se acendeu. Afinal, é muito mais fácil ir de metrô do que pegar três ônibus para chegar ao gigante da Pampulha. Mobilidade é um dos motivos que sempre me afastou dos estádios.

Eis que, durante a Libertadores, eu prometi que iria à final, caso o Galo chegasse lá. Ele chegou e fui até o Mineirão enfrentar aquela fila gigante como o estádio pra comprar os ingressos. Tinha rolado uma grana extra dias antes e pensei: vou levar a mamãe ao jogo. Ela vai amar o presente! Amaria, porque os ingressos mais baratos tinham se esgotado. E me recusei pagar 400 ou 500 reais para ver aquele jogo. É muito dinheiro!

E eu tinha uma dívida com o Independência. Conheci o Centenário, em Montevideo, o La Bombonera e o Monumental, em Buenos Aires, e nada de conhecer o Caldeirão do Horto. Achei uma tremenda injustiça e precisava ir lá. E tendo uma estação de metrô pertinho fica tudo mais fácil.

Planejava levar a minha mãe de surpresa no jogo contra a Portuguesa, no fim deste mês. Jogo no domigo e às 16 horas são mais fáceis para ir em família, acredito. Mas uma decisão em cima da hora mudou tudo. Na segunda, 12, conversávamos em casa sobre o jogo contra o Bahêa. Quinta, 15, seria feriado em BH. Poxa, por que não ir na quarta? Partiu de mamãe a iniciativa e ela logo me passou o dinheiro e soltou: quem vai comprar os ingressos? Na hora gritei “eu”. (Aliás, sempre tive preguiça de ir pra sede enfrentar fila pra comprar ingresso. Vendas na internet já!)

Quarta, 14. Ingressos comprados, camisa nova de campeã da Libertadores passadinha e todo mundo empolgado para um jogo que “só” valia três pontos. Quando cheguei à estação Central e vi dentro dos vagões vários atleticanos algo tomou conta do meu ser. Seria a primeira vez que assistiria o jogo no meio da torcida. Aos descermos na estação Horto uma euforia tomou conta. Um mooooonte de torcedor devidamente uniformizado com o manto sagrado começou a gritar “Galo, galo” e entrei no clima. Até chegarmos ao estádio, a visão era de romeiros subindo ladeiras em direção ao evento religioso mais importante do dia. Chegamos ao portão 10, por onde entramos, e foi um choque pra mim ver de pertinho o palco de tantas alegrias nos últimos meses. Eu fiquei encantada com o Independência! Caí no Horto e senti a magia daquele lugar.

Escolhemos os assentos na arquibancada onde tínhamos uma boa visão do campo. As bolsas foram para as cadeiras e a gente para o alambrado. Fone no ouvido, bandeira na grade, muitas fotos e voz pra gritar gol. Estávamos prontas! Só faltava o Galo entrar em campo. Entrou e começou toda a nossa alegria em ver o CAMpeão da Libertadores em ação. Minha irmã já tinho ido a outras partidas, mas também era a primeira vez no novo estádio, com status de Arena.

Ronaldinho Gaúcho nos brindava com lances bonitos, Dátolo jogava pela primeira vez com o manto sagrado, Luan corria feito maluco pelo campo e a gente “endoidava” a cada lance de perigo. O gol saiu e a gente gritou junto com a Massa. Só faltou escorrer lágrimas nos olhos. Como é gostoso comemorar um gol dentro de um estádio...

Intervalo e mais fotos. Era só alegria entre minha mãe, irmã e eu! Estávamos mais empolgadas para o segundo tempo. Ele voltou e o Bahêa botou medo no melhor time da América. E a gente gritava “não, sai daí”. “Ah, meu Deus”. “Vai, Victor”. Coisas assim. Mamãe subiu nas telinhas da grade, xingou o Fernandão e todo o time baiano, gritou “puta que pariu. É o melhor goleiro do Brasil: Victôoor!”, cantou o hino e apoiou o time. Cenas que jamais vou esquecer. E vocês tinham que vê-la, aos 56 anos, fazendo arruaça no estádio. Aí, gol do Galo, de novo. Foi uma festa só junto com o narrador que ouvimos em todos os jogos. Caixa, caixa! Gritamos, fiz com a minha mãe e com a minha irmã a peitada a la R10 e Jô, dancei com aquela que me ensinou a torcer pro Galo o funk do A lelek lek lek e com a voz saindo dos pulmões juntamos à massa em uníssono “ôoooo, o campeão voltou”. E a hora clássica dos estádios chegou. Juntas, gritamos em um lance polêmico: “ei, juiz, vai tomar no piiii”. Não resisti e do meio da massa, eu escrevi no Twitter: como é delicioso estar no meio da torcida. Ô se é!

O jogo acabou, o Galo voltou a ganhar, tiramos mais fotos, fizemos bagunça, saímos com a certeza de que somos pé quentes e lá fora, como é de praxe pra toda mulher, fizemos comprinhas. Primeiro, comprei uma bandeira pra mim. Com mastro e tudo. A festa da mamãe voltou! Ela foi da porta do estádio até a estação do metrô balançando o pedaço de pano com o escudo mais bonito do mundo, vestindo a camisa 9, branca, personalizada com o nome dela. Ah, e gritando “Galo”! Depois, parou em outro vendedor e comprou a touca de frio do Galo. O ônibus com o time passou e ela toda serelepe balançou a bandeira. A empolgação dela, gente, é a mesma que a minha irmã e eu temos juntas. Mamãe é uma figuraça quando o assunto é o Atlético!

Na volta, dentro do trem, 95% dos passageiros eram atleticanos e um dos tios colocou no celular o hino do clube. Tocou repetidamente até chegarmos à estação final – Eldorado. Fiquei olhando aqueles torcedores, os tios, a minha irmã ouvindo o jogo Grêmio x time do Barro Preto e a minha mãe. Fiquei pensando no quanto aquele momento vai fazer parte da minha vida, da minha história. Vai ser contada aos meus filhos, aos meus netos e amigos. Fomos felizes!

Agora, digo uma coisa: amigo, azar é o seu se não tem uma mãe atleticana como a minha...





Flávya Pereira é atleticana desde que entende o que é futebol, jornalista e fã dos Beatles. E de aniversário – no último dia 04 – ganhou de presente o título de CAMpeã da América.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Promessa é dívida e emagrece - Parte II


Galera, uma reviravolta aconteceu na minha batalha contra a balança.  A única coisa nesta semana que deu errado foi o Galo ter empatado com o fraco Botafogo. No mais, só alegria.

Fui a um ortopedista ver o meu caso, pois estava preocupado com a situação e havia alguma coisa errada.

- Como que uma fratura existe, mas eu não sinto dor?

- Bruno, desce as escadas e vire à direita. Faça um raio X para mim só para confirmar o diagnóstico.

- Ok.

Fui lá pensando “será que vou ter que amputar?” “será que vou ter que botar pino no pé e ficar 9 meses parado de tudo?” e a preocupação tomou conta.

Raio X feito, fiquei aguardando o médico me chamar para dar o “veredicto”.

- É Bruno, pode ficar tranquilo. O médico que te atendeu era inexperiente ainda, com toda certeza, mas não pode ser julgado. O que você tem aí é um osso a mais no pé. Interessante, não? Caso raro, mas é tranquilo. Pode viver a sua vida normalmente. Continue colocando gelo na entorse e pode voltar para seus afazeres.

Aquela noticia me deu um ânimo a mais para continuar. Poderei fazer algum exercício para auxiliar no emagrecimento.

Comecei quarta feira a correr. Isso mesmo, correr, a empolgação foi tanta que tive pique para isso. Para vocês terem uma ideia, foi tão importante este retorno aos exercícios físicos que eu segurei minha vontade de beber cerveja com os amigos lá no horto, antes do jogo do Galo. Bão demais, né? Porcaria nenhuma, foi um sacrifico danado... (momento transtorno bipolar, rsrsrs)

Acabou o jogo, todos “putos da vida” e, para piorar tinha a caminhada até o carro...

- Bruno, por que tá correndo? Tá com vontade de ir ao banheiro?

Guilherme, dono deste blog sagrado, estava encabulado, ou melhor, impressionado pela minha disposição. É verdade que eu estava andando depressa, mas não era para ir ao banheiro. Eu reparei que posso aproveitar todos os momentos de minha rotina para fazer algum exercício, algo que poderia queimar um pouco as calorias, acho que é um dos segredos para emagrecer com saúde.

Quinta feira, a mesma disposição. Corri da mesma forma, mesmo com dor no corpo.  Eu estava parado e de repente começo com força total, o resultado não poderia ser outro, dores e câimbras insuportáveis, custei a dormir.

Então, cheguei hoje (09 de agosto) com saldo positivo da segunda etapa. Vou correr da mesma forma. Ainda não quero pesar, deixarei para setembro. Hoje e amanhã terei dois desafios árduos:

Hoje: aniversario de uma grande amiga, não posso faltar;

Amanhã: Casamento de um grande amigo.


Haverá comes e bebes de praxe. Vai ser dose de aguentar tanta tentação! Mas “vamo que vamo” – Sou Galo e não desisto nunca (e nem posso), afinal de contas PROMESSA É DÍVIDA E EMAGRECE. 


 Bruno Farnese. Devoto ao Clube Atlético Mineiro. Relações Públicas, filho de Roberto e Kátia. Apreciador de carne e cerveja, odeia azeitona, perder no xadrez do avô ou na peteca da avó. Gosta de tentar escrever nas horas vagas. Reclamações e sugestões? Você pode segui-lo no Twitter @bfarnese ou no Facebook.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Fechem a Cidade do Galo

Acho que a Cidade do Galo deveria ser fechada.

Mentira. Acho que devia ser, no mínimo, estudada.

Afinal, o que acontece nesse clube que atrai tantos sentimentos e que prende a alma de todos que por aqui passam?

Lembro de quando era um novato nas arquibancadas do Mineirão e via o Éder Aleixo se rasgar de amores pelo Galo. Mas ele tinha jogado no lado fresco da lagoa e perguntei ao meu pai como que ele gostava tanto do Galo se tinha vestido o uniforme dos Smurfs e recebi como resposta: "Quem aquece o coração da massa, nunca sentirá a alma fria".

Bom, acho que era algo assim.

Sei que alguns anos depois eu vi o retorno do Cerezo pro Galo e pude testemunhar a alegria daquele Velho Palhaço. E foi no primeiro jogo da minha vida no Independência que eu vi o retorno dele, fazendo um gol na Caldense. Para mim, ver aquele cara de 30 e tantos anos sair correndo igual uma criança de 10 para comemorar um gol não fazia muito sentido, mas me emocionou no dia.

Assim como no jogo contra o Milan em que ele se despediu do futebol, fazendo o que mais lhe dava alegria: correr para a massa.

O curioso é que ele se emocionou também enquanto todos se emocionavam. 

E assim eu vi o Renaldo ir embora e prometer voltar em meio às lágrimas. Como o Marques, o Tardelli, e agora, o Bernard.



Jogadores que saíram com um grande trabalho feito, mas que queriam mais, e talvez fosse essa a explicação para aquele cisco no olho que caiu em todos eles.

O que faz esses jogadores saírem daqui chorando com uma saudade que parece não terminar e retornarem com um sorriso de contagiar?

Me lembrei do Dada, do Luizinho, do Euler e do Rei. Todos eles já aposentados e que eu vi os olhos brilharem ao falarem da torcida do Galo, do prazer que tiveram em jogar aqui.

Aí pensei em ter chegado na explicação do meu pai. A “culpa” é da torcida.

Sim, pois ela canta o nome do Dada até hoje, lembra do Luizinho com carinho, fez homenagens para o Euler quando ele jogava contra o Galo e se encanta ao falar do Rei.

Essa torcida que fez o jogador que foi eleito o melhor do mundo por duas vezes chorar ao ser lembrada, por apenas um gesto de solidariedade, e que ganhou juras eternas de amor.

Mas aí, eu lembrei do Luan.

O que leva um jogador que está no clube há pouco mais de seis meses e que ocupava o banco de reservas a chorar ao fazer um gol de empate no México ou contra o Botafogo no Independência?

E o Victor? O que fez o goleiro santo chorar e derramar lágrimas que possivelmente curam o câncer de tão abençoada e sincera emoção?

Será que é realmente só a torcida que faz isso?

Tem momentos que eu acho que sim, mas tem outros que acho que não.

A torcida faz parte, lógico, mas tem algo especial para quem veste o manto alvinegro, algo diferente que faz as pessoas que acreditam e tem fé a dar a volta por cima.

Esse algo que eu também não sei explicar.

Mas que eu sei que você me entende.

Por isso acho que a Cidade do Galo deveria ser estudada para existir uma explicação cientifica, algo que outras pessoas pudessem entender também.


Algo tão forte e contagiante assim tem que ser compartilhado.

Porém, sei que este estudo não ocorrerá. Talvez seja melhor assim. O segredo deve ficar em família. E muito bem guardado.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Promessa é dívida e emagrece - Parte I


Fiz uma promessa caso o Galo fosse campeão da Libertadores: Seria obrigação perder 10 kg e tentar emagrecer 20 kg até o dia 31/12/2013 (Detalhe: O garotinho aqui atualmente está com 104 kg, sendo que tem  1,68 m de altura).

Enfim, a saga começou e infelizmente com uma noticia não muito boa, logo de cara.

Fui ao ortopedista para olhar o pé, pois me machuquei jogando bola há duas semanas. Expliquei como foi, passei pelos exames de praxe e fui encaminhado para fazer raio-x.

- Engraçado, Bruno. Tem certeza que está doendo no lado externo do tornozelo e não no lado interno? Estou te perguntando isso porque a fratura está na parte interna...


Fiquei sem acreditar... Como está fraturado sendo que não está doendo? E o melhor que o próprio médico ficou em dúvida.

- Acho melhor pegar outra opinião. Vou chamar o Dr. Fulano...

20 minutos depois os dois médicos chegam conversando sobre coisa que não tem nada a ver, que me deixou intrigado.

- E aí, rapaz? Beleza?

- Bão.

- E o que é, Dr. Ciclano? Vamos ver... unh...unh...entendo... E não está doendo? Interessante.  Isso é um caso de fratura antiga, nada demais. Apenas uma entorse forte. Coloque gelo, 3x ao dia, tome anti-inflamatório de 12 em 12 horas, use tornozeleira e 10 sessões de fisioterapia.

- Não acha melhor imobilizar?

- Acho que não.

Então, caro leitor, está tudo beleza, não é? Não.

Mas antes vou dar uma parada nessa história para falar da minha dieta.

Estou no 5º dia já.  Recaídas? Talvez uma colherzinha de arroz a mais na terça, ou comer depois das 22h quinta feira, mas tudo naquilo que os profissionais da saúde sugerem.  O pior disso tudo é que nunca pensei que eu comeria pão integral com Polenguinho light, isso é o fim da picada.

A tentativa de comer de 3 em 3 horas  está tenso por causa do serviço, na maioria das vezes não me lembro.

Em resumo, está foda, mas estou conseguindo.

Voltando ao caso “pé do Bruno”. Hoje sexta feira, eu fui à fisioterapeuta. Expliquei a situação para ela. 

- Que isso, não tem condições um negocio desse. Ele era obrigado a te mobilizar. Qualquer fratura deve ser tratada, isso é um absurdo. Olha, eu não vou fazer nada nesse pé seu se você não for num ortopedista especialista em pé mesmo. Existem casos de pés ficarem necrosados por causa de falta de tratamento, sabia?

Então, depois de escutar tudo isso e mais um pouco (sim, eu resumi), o que dizer? A minha situação está complicada. Se fazendo dieta e atividade física já é difícil emagrecer, imagina sem poder dar uma corridinha ou um futebol? 

Tentei de qualquer forma achar um especialista que poderia me atender o mais breve possível pelo meu convênio (golden cross), mas o profissional que achei só tem horário no final de setembro. A minha alternativa é ficar de olho nos plantões de hospitais que tenham meu convênio e ver se terá algum especialista que poderá me ajudar.

Está virando um drama essa minha história, meus amigos...

Chateado.


 Bruno Farnese. Devoto ao Clube Atlético Mineiro. Relações Públicas, filho de Roberto e Kátia. Apreciador de carne e cerveja, odeia azeitona, perder no xadrez do avô ou na peteca da avó. Gosta de tentar escrever nas horas vagas. Reclamações e sugestões? Você pode segui-lo no Twitter @bfarnese ou no Facebook.