quarta-feira, 30 de julho de 2014

Obrigado, Mito!

Esperei o fim da coletiva do Ronaldinho do Galo para poder tirar o pó deste espaço. (Só não sabia que seria com lágrimas)

Lembro como se fosse hoje do dia 04/06/2012, quando, trabalhando, recebi uma ligação de um amigo perguntando se era verdade que o Ronaldinho estava no Galo.

Imediatamente fui para o twitter, minha primeira fonte de notícias, e vi fotos dele no centro de uma roda de jogadores boquiabertos e felizes olhando para ele.

Ao fim do dia, milhares de atleticanos estavam dando F5 no site da CBF para ver se o nome dele seria publicado no BID para dar condições de jogo para a partida contra o Bahia, na rodada seguinte.

De lá para cá, perdi apenas um jogo dele no Independência, contra o Sport em 2012.

Eu não vi Reinaldo, o maior jogador da história do Galo, jogar devido a idade. Peguei o fim de carreira do Éder, meu primeiro ídolo. Acompanhei o Taffarel, vibrei com gols do Guilherme, cansei de gritar "Olê Marques", gostar de ver a raça do Marinho e pude ver o surgimento do Tardelli como ídolo do Galo. Mas nada se compara com o orgulho de ver o Ronaldinho com o nosso manto.

Ler que “Não é um despedida, é um até logo” faz diminuir um pouco esse vazio que todo atleticano está sentindo nesse momento. Mas aumenta a emoção ao ver que, assim como outros jogadores, você também se tornou atleticano.

Assim como me emocionei quando ele fez o gol contra o Figueirense e ajoelhou no campo para lamentar o falecimento do padrasto. Derramei lágrimas quando foi a faixa de apoio a saúde da mãe dele e comemorei como nunca quando saiu gritando “Aqui é Galo, Porra!” contra o São Paulo.

Ria demais quando ele dava um drible e saia rindo, como no lance antológico contra o mesmo São Paulo, no Independência. Lamentei quando a bola não entrou por milímetros, mas me recordei que lances de quase-gol são importantes também para carreiras como a dele e a do Pelé.

Me assustava com passes que só ele via, como aquele de costas (Desta vez não é pra você, Fábio) contra o Strongest e que acabou achando o Marcos Rocha, que sofreu o pênalti logo em seguida.

Adorava ver crianças, adultos e idosos comemorando os gols como você e o Jô. Nunca antes na história desse país um gol teve a comemoração tão imitada pelo mundo. (Nem aquela do neném do Bebeto foi assim).

Mas o que de mais importante você nos deixou, Ronaldo, foi o de nos encher de orgulho por todo o planeta.

Nunca esquecerei de quando vários chineses me pararam no meio da Plaza de Mayo, em Buenos Aires. Achei que queriam informação, que fosse um assalto ou uma oferta de produtos, mas eles queriam era tirar uma foto segurando a bandeira do Galo. Não falavam nada de português e pouquíssimo de inglês. Mas a comunicação foi fácil graças a palavra “Ronaldinho”.

E foi lá em Buenos Aires também, Ronaldinho, que escalei o alambrado pra comemorar um gol do Bernard e um policial pediu para eu esperar para descer porque ele estava tirando foto da camisa que estava escrito “Ronaldinho”.

Isso sem falar da Copa, quando vários colombianos, argelinos, belgas e etc, tiravam fotos conosco apenas porque estávamos vestidos com a camisa do Galo.

Aliás, a nossa camisa do Galo.

Camisa essa que agora é tão sua quanto a dos outros milhões de torcedores espalhados por este planeta.

Você será um ídolo eterno aqui, Ronaldo. O verdadeiro MITO que passou por aqui.

Pode ter certeza de que você será eternizado, através de imagens e histórias de todos que viram o que você fez enquanto esteve aqui.

Que Deus te abençoe e te acompanhe pelo resto da sua vida.



MUITO OBRIGADO POR TUDO!

terça-feira, 25 de março de 2014

Dia do atleticano

Geralmente neste dia, a imprensa e grande parte da torcida do Galo gostam de relembrar todas as conquistas do clube, contando as histórias dos títulos, relembrando momentos de alegria e até as derrotas mais dolorosas. 

Eu adoro ouvir essas histórias e reviver esses momentos, mas sei que cada atleticano tem seu momento e seu jeito de contar e comemorar a data. Mas pra mim, não comemoro apenas o dia do aniversário do clube. Eu festejo o dia do atleticano.

Mais do que nunca, somos nós, atleticanos, que fazemos com que o clube comemore.

Até porque, o clube só tem o tamanho que tem por causa dessa torcida. Temos ciência de que não se constrói um time com títulos. Temos exemplos de clubes que têm torcidas baseadas em títulos e sabemos exatamente qual nossa diferença pra eles.

Quem vive o Galo ou para o Galo, sabe exatamente o que se passa na cabeça em dias assim. Ver nosso clube ser festejado é motivo de alegria, mas ver como se festeja e se reconhecer nos olhos dos "convidados" da celebração, talvez seja o mais próximo do que consigo definir quando digo que devemos amar ao próximo.

Sei que o atleticano ama o outro atleticano de forma pura e sincera, senão como explicar aquele senhor, que nunca viu o rapaz na vida, abraçar o sujeito, ambos em lágrimas, quando o Léo Silva cabeceou a bola pra dentro do gol? Ou daquela menina que quase pulou no colo do vizinho de arquibancada quando a bola do Gimenez estourou na trave? 

E é em nome desse amor sincero ao alvinegro que tanto cantamos e nos orgulhamos é que comemoramos o dia de hoje. 

Tenho certeza de que, se houvesse tecnologia suficiente há 106 anos, iriamos procurar os vídeos dos torcedores blogueiros filmando a torcida no estádio Antônio Carlos (onde hoje é o shopping) e contando das proezas da torcida em acompanhar jogos na Alameda ou no Barro Preto.

Se fosse possível, veríamos páginas no Facebook homenageando o Mario de Castro, Kafunga, Guará, Ubaldo, Odair, dentre outros. Relembraríamos a defesa do Renato no chute do Gérson em 71 e daríamos risadas com os tweets do Elias Kalil sobre o Hexacampeonato 78-83.

Não me resta dúvidas, de que nos emocionaríamos com as fotos daqueles torcedores que ficam de costas pro jogo na maioria das vezes apenas pra registrar o atleticano no estádio. Veríamos os registros de torcedores afrouxando suas gravatas de emoção pelo título de Campeão dos Campeões de 1937 ou quando um time foi obrigado a mudar de nome e de cores depois de um 9x2. Quem sabe não veríamos vídeos e fotos da torcida carregando o Ubaldo nos ombros do Independência até Lourdes ou as fotos de crianças erguendo o punho pro alto tal qual certo atacante alvinegro conhecido como Baby-craque.

E o mais interessante é que mesmo sem haver tais registros, imaginamos cada cena. Aliás, imaginamos não. SENTIMOS cada cena desse. Talvez porque sabemos como é o estádio hoje. Mas pela minha convicção doutrinária e religiosa, prefiro acreditar que imaginamos e sentimos cada cena dessa porque já vivemos isso e tudo está tatuado na nossa alma e corre no nosso sangue.

O nosso amor pelo Galo é grande demais pra se viver em uma encarnação só. É paixão pra ser revivida em encarnações futuras. Por favor, não me diga que não viverei uma próxima vida perto do Galo novamente. Me deixe crer que assim que essa vida chegar ao fim, irei ao encontro de familiares e entes queridos para dar aquele abraço que não pude dar na defesa com a perna esquerda do Victor contra o Tijuana ou apenas para poder contar sobre a invasão à Argentina da Massa. Me deixe sonhar com um retorno a uma próxima vida para reviver cada emoção, cada sofrimento, mas com a mesma dose de amor.

E esses 106 anos mostram que enquanto houver uma criança gritando Galo quando um copo cai ou quando um foguete estoura no céu, teremos motivos pra comemorar. 

Eternamente. 

Mais do que parabéns, meu Galo de Ouro, eu quero dizer, Obrigado.

Ou melhor: ObriGalo por tudo!!


ObriGalo, Irmãos Alvinegros!!! (Foto: Centim - @Centim13)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O ano começou

Enfim, o ano começou.

Trânsito complicado, crianças voltando às aulas, jovens e adultos voltando pra faculdade, torcida voltando aos estádios e chefes retornando de férias. Até a zica já voltou pro Galo.

Lembro de uma conversa no Bar do João, reduto de atleticanos na Savassi, no dia 21/12 de 2000 e Galo, na qual um torcedor disse que a única coisa boa da ida do Cuca pra China era o fato do Júnior César e Gilberto Silva renovarem seus contratos pra 2014 e darem bagagem e segurança necessárias pra temporada ser vitoriosa. Depois de uns argumentos de mais uns três torcedores, o primeiro torcedor mencionado profetizou:

- Nossos dois zagueiros machucam demais e o menino da base é muito verde ainda. Confiar só no Emerson é complicado. E pra esquerda, com o Ricão machucado, não tem outro lateral. O único que poderia jogar alguma coisa lá é o Emerson também. Vão confiar em um jogador só para salvar duas funções? Por isso tem que renovar com o Gilberto Silva e o Júnior César.

E quando eu vi o Emerson saindo pra ambulância ontem – e ainda discordando da diretoria quanto a não renovação dos dois jogadores mencionados acima – tive vontade de encontrar o torcedor do Bar do João e falar da boca maldita dele.

Não sei se os dois turcos responsáveis pelas contratações já estão se movimentando pra contratar, mas eu espero que sim. Aliás, eu não, a torcida inteira espera que sim, pois temos dois jogadores no estaleiro que só voltam depois da Copa, uma dupla de zaga que vive se lesionando e 4 laterais esquerdos no DM.

Já dá pra preocupar, não dá? Agora some-se isso ao fato do novo técnico ser rejeitado por boa parte da torcida e existirem torcedor vaiando o time no primeiro tempo. Cheguei a escutar, ao comprar uma água após o fim do jogo, um torcedor (?) falando que “esse time feio do Galo vai cair esse ano. Paulo Autuori vai ser igual o Tite e não vai ter controle sobre os jogadores. Não vamos passar nem da primeira fase da Libertadores e ano que vem é segunda divisão com certeza”.

Nem retruquei. Apenas peguei a garrafa e saí de perto. Quis falar pra ele que gostei da raça do Dátolo na esquerda, dos dois passes dele pro gol, das defesas do Victor, do esforço do Guilherme em pelo menos tentar algo, mas desisti e preferi ignorar.

Antes de pedirmos pra benzer o CT e os jogadores e nos preocuparmos se vamos ter time para a estréia na Libertadores, precisamos ter um pouquinho a mais de paciência com um time que, visivelmente, ainda está com as pernas duras e a falta de ritmo depois das férias.

Já que tudo e todos voltaram de férias e já estão enervando a cidade inteira, pelo menos, a cornetagem, poderia estender o período de descanso.



PS: No dia que eu desencarnar e passar dessa pra melhor e tiver a oportunidade que tirar dúvidas com Deus sobre a minha passagem na Terra, a primeira coisa que vou buscar entender é o motivo da qual a (IRONIC MODE: ON) competente, prestativa e bem preparada (IRONIC MODE OFF) Polícia Militar de Minas Gerais deixa o beco de passagem Pitangui – Ismênia Tunes fechado durante o Campeonato Mineiro. Não sei ainda se é devido à enorme, violenta e com altamente periculosa torcida do Nacional de Muriaé-NovaSerrana-PatosdeMinas ou se é por preguiça mesmo. Se não for por preguiça, amiguinhos policiais, no dia que o time rival (cuja torcida já briga entre si há 543 jogos) for jogar contra o Nacional, (de torcida presumidamente violenta), será necessário a SWAT e o Exército Americano para evitar o Armaggedon e garantir a paz mundial. Espero que o Obama, que já hackeia tudo na internet mesmo, leia este texto e já tome providências...